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Até logo, Maringá

Bloco E34 da UEM.

Tenho comido muito lanche nos últimos dias, desses prensados na chapa. Não sei se é algo exclusivo do interior do Paraná, mas sei que Maringá é pródiga em bons lanches do tipo. E, pela ausência de referências curitibanas a ele, aproveitei enquanto pude antes de me mudar para a capital.

O lanche prensado é uma das muitas coisas de que sentirei falta de Maringá. A quem vê de fora, a cidade é um paraíso bastante quente: constantemente no topo de listas das melhores para se viver e detentora de altas temperaturas nos serviços de meteorologia. É, sim, uma cidade onde faz muito calor. Também, uma sensacional, independentemente do que lhe diga qualquer maringaense — falar mal daqui é um esporte popular entre os nativos.

Maringá não é perfeita, claro. A violência tem aumentado. Assaltos na porta de casa (e dentro dela) são recorrentes. O jeitinho de cidade interiorana, que muito me agrada, tem outro lado um tanto perverso, calcado num conservadorismo exagerado que, mesmo com toda a diversidade que permeia a cidade, parece dar-lhe o tom e, com frequência, recai em discriminação e outras situações chatas, para dizer o mínimo.

Há espaços para melhorar. Mas mesmo sem tê-los preenchido ainda, Maringá acolhe bem as pessoas. Ou talvez seja a UEM, não sei. Só sei que dei sorte de cair num lugar que borbulha ideias e que fez com que eu me conhecesse melhor. Nesses quatro anos que passei aqui, ganhei, além do diploma de comunicólogo, uma formação humanista, contato com gentes novas e diferentes, amigos que não poderiam ser melhores e uma nova perspectiva, de maior valorização, da família e das outras pessoas com quem já convivia.

Sentirei falta da UEM. Mesmo em uma fase difícil, sucateada e ameaçada, a universidade se sustenta como algo ímpar. É uma pena que se valorize tão pouco um ambiente tão rico de ideias e pessoas. Fico imaginando o que seria dela com mais investimento e atenção. Divago.

Se a nova fase em Curitiba for tão boa quanto a maringaense, ficarei satisfeito. Tudo indica que será. Foi por tal expectativa que aceitei uma proposta que, hoje, me leva para longe dos que mais amo, minha família e meus amigos, e de uma cidade onde me adaptei tão bem e me sinto confortável.

A todos que tive o privilégio de conhecer aqui, de rir junto, de ajudar e receber ajuda, de amar, muitíssimo obrigado. Isso não é um “adeus”, é apenas um “até logo”. Então, até logo!

30/3/2017
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