Rodrigo Ghedin está digitando|

Apenas mais um post sobre feeds, Google Reader e seus substitutos

Arte do Feedly desejando boa aposentadoria ao Google Reader.

Pouca gente usa (há controvérsias), é uma forma “errada” de lidar com notícias (concordo em parte), mas no fim uso bastante e gosto da praticidade que o RSS me dá. E, como praticamente todo mundo que mantém esse às vezes não muito saudável hábito, eu também confiava no Google Reader para gerenciar meus feeds. Google Reader que, como prometido, bateu as botas no início da semana.

Desde o anúncio do fim, muita gente se mexeu para oferecer alternativas. Essas não faltam: soluções que já existiam, startups, lobos solitários e idosos da web como a Aol, todos têm leitores de feeds e disputam acirradamente cada usuário órfão do Google. No Giz, listamos dez delas; acredite, ainda existem outras. Boas intenções sobram, mas na real o que importa, e o que, imagino, você quer saber (alguém me perguntou na época do anúncio do fim), é o que estou usando. Então vamos lá.

Feedly para sincronizar tudo

O Feedly é a principal peça da engrenagem e o que tem o melhor prognóstico nessa nova era de leitores de feeds. Não pelo produto em si, pelo front-end (que está bem melhor do que da última vez que o testei), mas pelo mecanismo de sincronia que muitos apps móveis adotaram. Era isso que tornava o Google Reader matador. O Feedly não deve ter a mesma hegemonia, mas pelo menos nessa primeira fase ele é, de longe, o mais suportado por apps. (Todos os listados abaixo, aliás, sincronizam com o Feedly.)

Além do mecanismo de sincronia, tenho usado o Feedly na web. Agora ele, enfim, dispensa extensões — basta entrar em cloud.feedly.com e começar a ler. Tudo é bem organizado, ele preserva e traz mais funcionalidades do Reader e funciona com as teclas de atalho desse.

Apps móveis

Como dito acima, o pré-requisito dos apps móveis é sincronizar com o Feedly — e em todos os que uso, felizmente, a transição foi suave. A lista é a seguinte:

Android: Press

App bem novo, feito especialmente para Android e com uma evolução meteórica. Falei dele pela primeira vez em janeiro e, nesses seis meses, a usabilidade melhorou consideravelmente sem afetar o desempenho, desde o início digno de nota. Custa R$ 6,10 na Play Store.

iPad: Mr. Reader

É o mais “complicado” de todos os apps, com a interface um tanto bagunçada, toda baseada em painéis e esqueumorfismo (é assim que escreve em português?). Uso e gosto dele pela integração que tem com outros apps e acesso rápido a diversas funções através de botões bem colocados nas laterais da tela. US$ 3,99 na App Store.

Windows: NextGen Reader

Dica do Luiz Alberto e do André no Twitter, o NextGen é um app surpreendente, ótimo exemplo de como um pode ser bonito, funcional e rápido no Windows 8. É verdade que tirando alguns elementos da interface ele não segue a linha “apps modernos orientados na horizontal” que a cartilha da Microsoft prega, mas o cuidado e a apresentação do app o destacam no mar dos mais de 100 mil já disponíveis na plataforma. R$ 4,99 na Windows Store.

iPhone? Windows Phone?

Como não uso nem um, nem outro, fica difícil indicar soluções para essas plataformas. Sei que o Reeder, que é bem cotado no iOS, anunciou recentemente suporte ao Feedly e está saindo de graça, e que existe uma versão do NextGen para Windows Phone por R$ 3,99. Testem aí e, se souberem de alternativas melhores, para essas e todas as plataformas citadas acima, deem um alô.

Ainda se usa feeds RSS?

Essa foi a pergunta que muitos se fizeram após o Google decretar o encerramento do Reader. Nos últimos anos, vimos um claro êxodo para soluções mais ágeis e com algum apelo em curadoria — Twitter, Facebook, newsletters, existem maneiras mais cômodas e tratadas, manualmente ou via algoritmos, de receber informação relevante.

Uso várias dessas concomitantemente ao RSS e isso fez com que eu adaptasse o uso desse último. Em vez de seguir todos os sites que gosto, coloco no Google Re… digo, no Feedly apenas sites e blogs de nicho, com um fluxo de atualizações mais lento, conteúdo que ou deixo marcado em algum lugar ou acabo esquecendo ou visitando com menos frequência do que gostaria. Para isso o RSS ainda é imbatível e a melhor alternativa a ele, os bookmarks do navegador, não é tão versátil quanto.

E lembre-se: existe uma infinidade de apps e soluções que confiam no RSS para funcionar. É uma tecnologia aberta, livre e uma engrenagem muito importante para o funcionamento da Internet. É algo maior que o Google Reader ou que qualquer outro leitor.

3/7/2013
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