+ Bem confortável na região do nariz e bochechas. Tem uma espuma ali.
+ Não fica um “bico de pato”.
+ A parte inferior avança na papada, o que ajuda no ajuste.
− Cara. Mesmo na promoção (comprei assim), custa o dobro da outra PFF2 que tenho (Delta Plus).
− A marca da 3M estampada na frente te transforma em um outdoor ambulante.
Hoje eu descobri que o servidor de e-mail do Manual do Usuário gera estatísticas de mensagens recebidas e enviadas. Como sou o único usuário, é um raio-x da minha caixa de entrada. Em 2021, recebi 24.280 e-mails, média de 122,6 por dia. É muita coisa. Chutaria que ~95% são releases disparados em massa que não têm nada a ver com o que eu cubro.
O melhor investimento em marketing que um restaurante pode fazer, sem sombra de dúvidas, é em fotografias profissionais ou minimamente atraentes dos seus pratos. (O macarrão da imagem não está à venda.)
“Talvez sempre tenha sido assim e nós não soubéssemos, porque não tínhamos como saber. É como se estivéssemos olhando para uma Nigéria adulta que não conhecíamos.”
Em resposta à última newsletter do Manual do Usuário, um leitor me disse: “Mesmo sendo fluente em inglês, incomodou-me o fato de quase todas indicações serem em outra língua. Isso não afasta um pouco o público? Estou sendo chato?”
Em primeiro lugar, não está sendo chato. Esse é, também, um incômodo meu. (Preocupo-me com essas questões, vide este post.) Quanto a afastar o público, em pesquisas passadas junto aos leitores a maioria revelou compreender bem o inglês. Ainda que esse cenário tenha se mantido, tem uma minoria que não lê em outro idioma. Então, sim, acho que afasta.
Incomoda-me muito só indicar coisas em inglês, ainda mais em um site de tecnologia. As principais empresas e novidades do setor vêm dos Estados Unidos, então há uma lógica no fato do inglês permear a cobertura, mas 1) tal influência não é exclusividade dessa área; e 2) acho que exageramos, nós, imprensa especializada em tecnologia, talvez perdendo o posto de mais colonizados apenas para os publicitários.
Às vezes, lendo sites nacionais dedicados à cobertura de tecnologia, tenho a impressão de que são escritos para brasileiros residentes em Manhattan ou San Francisco. São notícias muito locais de norte-americanos, de empresas e personagens que só importam a eles, com memes que sequer fazem sentido aqui e outros tantos detalhezinhos e detalhezões que me causam estranhamento e desconforto. O idioma é o português, mas falta brasilidade.
Uma das minhas lutas discretas à frente do Manual é desenvolver uma cobertura de tecnologia genuinamente brasileira. Atenta ao que acontece nos EUA, mas que limita o que repercute de lá àquilo que nos atinge e que de fato importe a alguém que resida no Brasil.
Tal cuidado se estende à nossa atuação em curadoria, manifesta nas newsletters. Esforço-me para buscar conteúdo nacional, em português. Não é fácil. Por aqui, faz-se muito hard news, mas pouco conteúdo de fôlego original, criativo. Faltam blogs pessoais. Nos veículos profissionais e especializados, faltam pautas malucas ou surpreendentes; falta arrojo. E as reportagens mais relevantes acabam feitas pelos jornalões ou por publicações de negócios, com seus vícios e vieses.
Sei que muitos alguns colegas do meio já me olham torto, então reforço: não estou desdenhando do trabalho deles, de vocês, mas sim pedindo para que façam mais, para que se arrisquem mais. Que sejam menos The Verge ou Engadget, porque não é como se o The Verge ou o Engadget não estivessem acessíveis a todos nós. A gente é capaz de fazer coisas tão legais quanto as que os gringos fazem e o Brasil é uma mina infinita de histórias fascinantes e de problemas a serem revelados e questionados. Não é por escassez de pautas que esse tipo de conteúdo é tão raro.
Nas últimas semanas, tenho achado ainda mais difícil encontrar conteúdo original que valha um link nas newsletters do Manual. Será a pandemia? Porque eu estou mentalmente esgotado e, por mais que tente não deixar isso “vazar” para o site, não tenho certeza se estou sendo bem sucedido. É difícil pensar em coisas diferentes estando no meio de um genocídio. Seguimos tentando.
O Manual tem um alcance limitado, porém gosto de usá-lo para promover coisas diferentes e legais. Toda quarta, abro um post para pedir indicações de leitura aos leitores. Nem todas entram nas newsletters, mas referencio o post nelas para que os inscritos leiam essas indicações colaborativas. E, fora dali, estou sempre aberto a sugestões — mande por e-mail, no Twitter, onde der.
Sobretudo devemos a [Günther] Anders o diagnóstico mais dramático do mundo mediático: “o conceito de progresso nos faz cegos para o apocalipse”. Isso equivale a dizer que nossos olhos foram anestesiados, sedados, para não mais ver os cenários catastróficos que o homem constrói no seu afã de apropriação ilimitada do mundo.
Recebi um e-mail marketing da farmácia com o assunto “O fim de semana tá chegando!” e ainda estou tentando dar sentido a isso. Estão me sugerindo uma overdose?