A gente quer ajudar o pequeno…
A gente quer ajudar o pequeno comerciante do bairro, aí o pequeno comerciante aumenta o custo da entrega em 100%, sem aviso nem nada.
A gente quer ajudar o pequeno comerciante do bairro, aí o pequeno comerciante aumenta o custo da entrega em 100%, sem aviso nem nada.
Eu era absolutamente soviético: gostar de dinheiro era vergonhoso, o certo era amar os sonhos. (Acende um cigarro e fica em silêncio.)
— Svetlana Alexievich, O fim do homem soviético.
Raspei a cabeça esperançoso de que ia ficar com um visual zen, meio budista, mas fiquei parecendo aqueles caras que espancam budista.
Ele queria que eu fosse mais ousado, mais maluco. Disse-me, “Você tem que escrever como se seus pais estivessem mortos”. Meus pais estavam vivos. Aceitei seu conselho.
— Ian McEwan relembra o melhor conselho que já recebeu (de Philip Roth).
Babenco: Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou (Bárbara Paz, 2020).
Fui da máscara de pano para a antiviral e agora N95/PFF2. Até dezembro estarei saindo de casa com um daqueles macacões amarelos que usam em acidentes nucleares.
Começou aquela época gostosa do ano de comer panetone bom comprado por menos de R$ 10 no mercado.
No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros. Foi a esse tipo humano que se dirigiu Nietzsche, quando disse: “Vosso mau amor de vós mesmos vos faz do isolamento um cativeiro.
— Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil.
A cidade que os portugueses construíram na América não é produto mental, não chega a contradizer o quadro da natureza, e sua silhueta se enlaça na linha da paisagem. Nenhum rigor, nenhum método, nenhuma previdência, sempre esse significativo abandono que exprime a palavra “desleixo” — palavra que o escritor Aubrey Bell considerou tão tipicamente portuguesa como “saudade” e que, no seu entender, implica menos falta de energia do que uma íntima convicção de que “não vale a pena…”.
— Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil.
Participação no podcast Econogeeks, com Anderson Mattozinhos e Quintiliano Campomori.