Pequenas reflexões

As aulas estão bem legais, obrigado, e vez ou outra surgem alguns assuntos e exemplos que me fazem pensar bastante. Em sua maioria, aspectos elementares da comunicação em que a gente normalmente não repara. Micro-revelações diárias, pequenos momentos “eureka!” aqui e ali e, mais raramente, teorias que soam absurdas mas que, hey, isso faz muito sentido.

Tipo o terminal de ônibus como ambiente ideal para flertar.


Pessoas que têm coragem, disposição e criatividade para puxar assunto com estranhos em lugares públicos são fascinantes. Embora admire gente que faz (melhor que eu) o que faço, aqueles que se saem bem em situações onde sou um fracasso têm o meu total respeito. Gente que sabe dançar, pintar, cantar, andar de slackline. Quem para um estranho na rua e começa a falar qualquer coisa que não seja pedir orientação sobre onde fica a clínica do rim ou a xerox de odonto é um herói. Parabéns, você é meu herói. Ou um maluco, mas um maluco corajoso, bem disposto e criativo.


Alguns anos atrás gostava de dar nomes para situações desconfortáveis. “Esforço social” era ir a algum lugar contra a minha vontade, “desprendimento social” era ver alguém fazendo em público o que eu jamais faria mesmo entre amigos. Ou sozinho. Hoje, relevo e encaro melhor essas passagens, mas ainda acho aqueles nomes bem engraçados.


O grande problema das pessoas tímidas é que nos achamos o centro do universo. Achamos que ao chegar num lugar, todos irão reparar nos mínimos detalhes, no fiapo solto da camiseta, no cabelo desarrumado. Que toda frase dita será analisada por um corpo de especialistas do nosso vernáculo, que qualquer referência não captada será tomada como ofensa pessoal. É difícil enfiar na cabeça que, não, não é assim, e que pouca gente liga. Que ninguém liga.

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