Sou a favor do paywall em texto de gente bosta. Você clica por curiosidade, “que bosta será que esse bosta escreveu agora?” e pá, o paywall entra em ação e impede que você leia um monte de bosta e fique irritado de graça.
Após realizar uma profunda pesquisa (dois vídeos do Manual do Mundo e um review aleatório de canal gamer), estou apto a não só escolher segundo critérios objetivos e coerentes, mas também a operar uma furadeira/parafusadeira.
Os seus únicos momentos felizes, desde a tarde remota em que seu pai o levara para conhecer o gelo, haviam transcorrido na oficina de ourivesaria, onde passava o tempo armando peixinhos de ouro. Tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase quarenta anos de atraso os privilégios da simplicidade.
Na escola arrebentada onde experimentou pela primeira vez a segurança do poder, a poucos metros do quarto onde conheceu a incerteza do amor, Arcadio achou ridículo o formalismo da morte. Realmente não se importava com a morte, e sim com a vida, por isso a sensação que experimentou quando pronunciaram a sentença não foi uma sensação de medo, mas de nostalgia. Não falou enquanto não lhe perguntaram qual era a sua última vontade.
Em todos esses anos em que publico reflexões no meu aniversário,
em poucos me senti tão tranquilo como estou hoje. É estranho, considerando o caos coletivo em que estamos metidos, mas seria muito pior se estivesse uma bagunça aqui dentro também.
Aos poucos relaxo o isolamento a que me submeti devido à COVID-19. Vacinado, já consigo sair a lazer e rever pessoas queridas sem tanto receio, e em todas essas ocasiões descubro camadas extras de prazer e satisfação. A essa altura já consigo me antecipar àquele clichê que diz que só damos valor quando perdemos. Ou talvez porque essas perdas foram temporárias, com prazo para serem revertidas. Não sei o motivo, mas esses reencontros e redescobertas são muito gostosos.
Acho importante entrar neste novo ano reenergizado porque 2022 será um ano difícil, o ano decisivo da nossa geração. Você certamente sabe o motivo.
Espero recuperar aquele desejo de dois anos atrás, de falar mais com pessoas olho no olho. Recuperar hábitos interrompidos, como os exercícios físicos, ou o cuidado com o corpo, também negligenciado na pandemia. E tentar migrar para tecnologias livres, algo que virou uma estranha obsessão, quase um chamado — ou talvez (mais) um sintoma de que tenho passado muito tempo sozinho.
Uma grande mudança está em andamento: a de lar. Dividirei um apartamento com a P. após quase uma década morando sozinho. Acho que será legal.
Há onze anos faço uma reflexão pública da minha vida no dia do meu aniversário. Anos anteriores: 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33 e 34.
Comprei um monitor grande, 4K. Ficou grande demais na minha mesa. Encheu de cabos embaixo da mesa. Meu computador ficou lento com ele. E nem estava exatamente ruim antes.
Não compre coisas supostamente melhores. Consumir é o pior. Evite.